Depois de alguns anos de estudo e pesquisa cheguei à conclusão que as pessoas não precisam de uma comunicação eficaz, mas, sim de uma comunicação espontânea. Mas, afinal, por que buscamos uma comunicação eficaz e por vezes a perfeição?
Ao assistir o TED da pesquisadora Brené Brown sobre a vulnerabilidade como possibilidade de vida plena, algumas questões vieram a tona e por isso realizei esta reflexão:
É, real, que precisamos interagir com alguns padrões da vida cotidiana, profissional e de comunicação. É necessário, nos relacionarmos com algumas regras, pois precisamos facilitar o entendimento e relacionamentos interpessoais.
No entanto, o ideal, é apresentarmos aquela comunicação que nos representa verdadeiramente, ou seja, que demonstre as nossas potencialidades, as nossas características individuais, os nossos pontos positivos, e, é claro que alguns aspectos que precisamos melhorar também estarão presentes.
O que nos faz buscar uma comunicação eficaz e perfeita é a necessidade que temos de pertencimento, integração, sucesso, satisfação, melhores posições, etc
E, por isso tenho me dedicado a buscar formas e estratégias para auxiliar pessoas e profissionais a desenvolverem o potencial da comunicação espontânea, que tem como objetivo, trazer à tona, a sensação de pertencimento, de conexão, de amor próprio, de satisfação nas relações pessoais, interpessoais e profissionais.
O que a minha experiência tem demonstrado é que, para ter uma comunicação espontânea e verdadeira de acordo com o nosso perfil e performance é necessário, em primeiro lugar, sermos autênticos, ou seja, desenvolvermos uma autenticidade. E isso nos remete a algo fundamental, que é termos a coragem de sermos imperfeitos. Assunto abordado também no TED de forma singular.
Para termos êxito neste processo devemos ser compassivos conosco e com os outros, alimentando a coragem de “abandonarmos as pessoas que achamos que devemos ser, para sermos as pessoas que somos” (Brown, 2010). Achei muito bonita esta fala e penso que resume a essência e necessidade do ser humano.
Com certeza, isso facilita muito o estabelecimento da conexão e a comunicação.
Para nos tornarmos espontâneos, e autênticos precisamos em primeiro lugar, aceitarmos que todos nós somos vulneráveis, ou seja, temos um grau de vulnerabilidade. Mas, afinal, o que é vulnerabilidade? De acordo com o Dicionário Michaelis, vulnerabilidade é:
1 Qualidade ou estado do que é vulnerável.
2 Suscetibilidade de ser ferido ou atingido por uma doença; fragilidade.
3 Característica de algo que é sujeito a críticas por apresentar falhas ou incoerências; fragilidade.
A palavra, etimologicamente deriva do latim vulnerabĭlis+dade, e do francês é vulnérabilité.
Então, ser vulnerável é saber que estamos frágeis em certas situações, estamos exposto e suscetíveis a avaliação alheia Esta situação que promove o medo, a insegurança, o constrangimento.
Mas, quando nos conscientizamos que somos vulneráveis, e enxergamos este aspecto de forma madura, isso nos dá o direito de sentirmos medo, sentirmos vergonha, sentirmos a sensação de não merecimento e pertencimento, e, é justamente isso, de forma paradoxal, que nos ajuda a ter a coragem de darmos o primeiro passo em qualquer uma das situação e cenários que enfrentamos na nossa vida: de exposição em público, de delegação e ordenação de tarefas, de avaliação alheia, de apresentação de uma ideia, de conversa com um chefe, no atendimento ao cliente, de participação de uma audiência, na defesa de um réu, em uma conversa, m um relacionamento amoroso etc.
É interessante comentar algo muito positivo, que a vulnerabilidade também é o centro da alegria, da criatividade, das possibilidades, do pertencimento e merecimento, do amor e paixão, da inovação e da mudança.
E, isso é libertador, nos liberta e nos mostra possibilidades reais de uma mudança de paradigma, de afastamento dos padrões de massa, para sermos apenas nós mesmos. Podemos nos comunicar corretamente, sermos claros, objetivos, convincentes, se somos comunicadores verdadeiros e espontâneos.
De acordo com Brown (2010) temos que parar de “anestesiarmos nossas emoções, pois quando o fazemos, por vezes utilizamos alguns escapes, dentre eles, as drogas e bebidas, a comida em excesso, o trabalho exagerado, as compras desnecessárias etc”.
Ao anestesiarmos os medos, os fracassos, a vulnerabilidade, a tristeza, a vergonha, também estaremos anestesiando os demais sentimentos, entre eles, a alegria, a felicidade, a gratidão, o amor, e, com certeza ficaremos infelizes e isso provoca uma procura incessante do nosso propósito e sentido de vida. Você já reparou quantas pessoas se encontram neste momento de vida? Quem sabe você se sinte assim!!
Por isso devemos aceitar que somos vulneráveis, e a partir daí, podemos amar verdadeiramente, intensificarmos a gratidão, sentirmos alegria e felicidade, aumentarmos a espontaneidade, aprendermos novas formas de comunicar, utilizar estratégias facilitadores. No entanto, potencializando as nossas características, o nosso ‘EU’.
Sermos vulneráveis e aceitarmos isso é saber que estamos vivos e somos suficientes.
Quando acreditamos nessa forma de pensar e no poder da vulnerabilidade, acreditamos no poder da transformação, pois ela é a base da criatividade, da inovação, da mudança e do desenvolvimento de novas habilidades, se assim o desejarmos.
Então, seja você mesmo! Aproveite as oportunidades de ser você mesmo. Aprenda a potencializar o que você já tem de melhor, a sua essência.
Deixe as pessoas te observarem como você é. E, isso será transformador!
Conte sempre comigo, para ajudá-lo a encontrar a sua essência, e ser você mesmo!!
Grande abraço. Sucesso sempre!!!
Maria do Carmo Carrasco
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