Para mostrar o quanto é importante nos dias de hoje saber argumentar, apresentar um pouco de história é fundamental e muito interessante!
O período anterior a Sócrates foi caracterizado pelo interesse no próprio homem e nas relações desse com a sociedade. Essa fase inicialmente foi marcada pelos sofistas, professores (sábios) viajantes que, por determinado preço, vendiam ensinamentos práticos de filosofia. De acordo com o interesse do aluno davam aulas de eloquência e conhecimentos úteis para o sucesso nos negócios.
Muito semelhante ao que tem acontecido nos dias de hoje. Uma necessidade, quase que inesgotável, de interesse em conhecimento para alavancar os negócios e principalmente para desenvolver rapidamente uma performance comunicacional adequada de acordo com as necessidades.
Mas, voltando a história: nesse momento histórico, os mais ambiciosos sentiam necessidade de aprender a arte de argumentar em público para manipular o conflito durante as assembleias públicas fazendo prevalecer seus interesses individuais e de classe. Com certeza já utilizavam estratégias comunicacionais balizadas para amenizar os conflitos e estimular uma escuta atenta, aspectos hoje fundamentais para os processos de mediação, conciliação e negociação.
As aulas ministradas pelos sofistas tinham como objetivo o desenvolvimento do poder de argumentação, das técnicas da retórica e oratória, do conhecimento de doutrinas divergentes. Buscavam transmitir raciocínios e concepções utilizando um jogo de palavras que seria aplicado na arte de convencer as pessoas e driblar as teses dos oponentes.
Segundo esse raciocínio, não haveria uma verdade única, absoluta. Tudo seria relativo ao homem, ao momento, a um conjunto de fatores e circunstâncias.
Sócrates, então, serve como um marco para a Filosofia, pois apesar de seu estilo de vida assemelhar-se ao dos sofistas, não vendia seu conhecimento; ao contrário, distribuía-o em praça pública, conversava com os jovens e dava demonstrações de que era preciso unir a vida concreta ao pensamento.
“Conhece-te a ti mesmo”, era a recomendação básica de Sócrates a seus discípulos. “Só sei que nada sei” era, para Sócrates, o princípio da sabedoria. Sua filosofia era desenvolvida mediante diálogos críticos com seus interlocutores para que reconstruíssem suas próprias ideias. O que é o bem? O que é a justiça? São exemplos de algumas perguntas feitas por ele. Sócrates procurava atingir a verdade por meio do diálogo.
Assim, estabeleceu-se uma discussão clara entre o discurso argumentativo dos sofistas, que mediante a persuasão procuravam manipular os cidadãos, e o discurso argumentativo dos filósofos, que procuravam atingir a verdade por meio do diálogo, pois só ela importava.
A filosofia surgiu como discurso dirigido à razão, e não à emoção dos ouvintes. Essa é, aliás, a condição primeira para que a verdade possa ser comunicada. Não se trata de convencer alguém, mas de comunicar ou demonstrar algo que se pressupõe já adquirido: a verdade de que o filósofo é detentor.
Aristóteles foi o primeiro filósofo a expor uma teoria da argumentação, procurando um meio caminho entre Sócrates e os sofistas, encarando a retórica como uma arte que visava descobrir os meios de persuasão possíveis para os vários argumentos. O seu objetivo era uma comunicação mais eficaz. A retórica torna-se, assim, uma arte de falar de modo a persuadir e a convencer diversos auditórios.
Nesta medida, é fundamental apresentar o que denominei de ‘oratória contemporânea’ que objetiva o aprimoramento da performance comunicacional do homem moderno e de acordo com as suas atribuições, cargo, função e objetivos. Esta terminologia foi criada para expressar a junção da Oratória (já conhecida) e a Fonoaudiologia.
A Oratória, que deve ter como referência as necessidades do homem atual, nas suas diversas atribuições e a Fonoaudiologia, ciência que estuda a Comunicação e seus distúrbios, a qual apresenta um arcabouço teórico-prático determinante e que promove o aprimoramento e a mudança do comportamento comunicacional, com intuito de alcançar o “bem falar e convencer”.
É nesse quadro definido por Aristóteles que a retórica evoluiu como uma arte de compor discursos que primavam pela sua organização e beleza (estética), desvalorizando a dimensão argumentativa cultivada pelos sofistas.
Além disso, Aristóteles, Cícero e muitos outros filósofos já insistiam que o bom orador não deveria se limitar a produzir um bom discurso, deveria também estar atento a outros aspectos, como postura, impostação de voz e dicção.
E neste sentido, pode-se afirmar que além da informação e sua ordenação didática é fundamental embalar o conteúdo dito, com os principais aspectos que dão vida a transmissão dos nossos pensamentos e conhecimento, dentre eles: a voz, a dicção, o vocabulário (recursos linguísticos), a linguagem corporal (expressão corporal e facial), indumentária, saber ouvir e escutar.
Estes são essenciais para moldar a nossa argumentação com maestria. Mas afinal, como praticar nos dias de hoje?
Então, nos vemos no próximo artigo!!
Um grande abraço. Sucesso sempre!!
Maria do Carmo Carrasco
Docente ESA/OAB-S e AASP; CEO de Comunicação Corporativa e Desenvolvimento Profissional – Cop Consultoria; Fonoaudióloga Empresarial, Forense e Ocupacional – CRF.ª 5037-SP; Idealizadora da Metodologia e Segmento Fonoaudiologia Empresarial; Personal Communication Trainer® – Coach e Mentory Vocal e Comunicacional; Perita em Comunicação Humana e Doenças Ocupacionais
Excelente postagem! Recomendo
Olá querida Marina,
Boa noite!
Muitíssimo obrigada pelo seu feedback e incentivo.
Conte comigo!
Grande abraço. Sucesso sempre!!
Maria do Carmo Carrasco
Excelente postagem! Recomendo A leitura
Olá Marina, obrigada pela leitura e retorno.
Vamos compartilhar, assim podemos chamar atenção para um tema tão importante.
Conte comigo!!
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Será uma satisfação tê-la conosco, Ok?
Grande abraço. Sucesso sempre!!!
Muito bom.
Olá Janete, obrigada pelo retorno.
Um grande abraço. Sucesso sempre!!!